T. S. Eliot (1888-1965)


Thomas Stearns Eliot (1888-1965)eliot23

Poeta modernista, teatrólogo e crítico literário, nascido nos EUA e naturalizado inglês.
Em 1965, motivado por um longo prefácio de Eliot no livro Selected Poems, de Ezra Pound, passei por trechos de sua obra-prima – Four Quartets (1) e The Waste Land (1922), livros que justificaram o prêmio Nobel de literatura em 1948. Waste Land é considerado por muitos o melhor poema do séc. XX. É dedicado a Pound com a frase “il miglior fabbro” (o melhor artesão). Posteriormente, li outras poesias e algumas das cartas trocadas com Ezra Pound.
Contudo, Eliot se encontra por aqui por causa de seu livro “Old Possum's Book of Practical Cats” (1930) (2), descoberto por coincidência e acaso em um livraria de Londres, em 2000, um dia depois de eu e Ligia termos assistido um dos mais famosos musicais da história da Broadway – Cats (3). Com exceção da canção Memory, o livro é o libretto da peça.  Eliot sabia tudo sobre gatos. Outros que dissertaram com maestria sobre esses felinos, são: Júlio Cortázar, com seu livro de contos Orientação do Gatos, John Davies, e seu Garfield (4) e Ayrton Macedo (5).
No poema The Naming of Cats, o poeta conta e canta que os gatos devem ter três nomes diferentes. Abaixo, transcrevemos o final, que fala do último e inominável nome. Quem os conhece fica assim sabendo em que está pensando seu gato naqueles momentos de “imensa contemplação”.
The Naming of Cats (final)
But above and beyond there's still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover,
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.
Mas acima e além, existe um nome guardado,
E esse é o nome que jamais você encontrará,
Um nome que os humanos sequer hão de ter pensado,
Só O PRÓPRIO GATO SABE, e ele jamais o pronunciará.
Se você encontrar um gato em profunda meditação,
Saiba a razão que o tempo lhe consome:
Sua mente paira a divagar em imensa contemplação…
E ele pensa, e pensa,
só pensa em seu nome:
Seu inefável efável
Efaninefável
Profundo e inescrutável sentido de seu Nome.
(1) Quatro longos poemas publicados separadamente: Burnt Norton (1936), East Coker (1940), The Dry Salvages (1941) and Little Gidding (1942). Uma meditação profunda sobre a natureza do tempo com respeito à teologia, história, natureza e a condição humana. Em cada poema há uma associação com cada uma dos quatro elementos – ar, terra, água e fogo. Leiam em inglês!
(2) “Old Possum”(Velho Gambá) – apelido dado por Ezra Pound.
(3) In 1954, o compositor Alan Rawsthorne musicou seis de seus poemas, em uma peça intitulatada Practical Cats. Após a morte de Eliot, esse trabalho serviu de base para o musical, Cats, de Andrew Lloyd Webber. Sua estréia se deu em Londres, em 1981, e foi consagrada por mais de vinte anos em cartaz na Broadway (ver Wikipedia).
(4) O gato Garfield, de John Davis, é a estrela de uma dos quadrinhos mais famosos da história, sendo publicado em mais de 2000 jornais de todo o mundo.
(5) O blog de Ayron Macedo nos ensina muito sobre gatos e aponta que o escritor argentino Julio Cortázar era louco por gatos. Entre seus livros deixou-nos um, de contos, intitulado “Orientação dos gatos”. Mais que isso, Cortázar teve um gato ao qual se referiu em sua obra. O escritor deu a ele o nome pomposo do filósofo alemão Theodor Adorno.

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